Por Lutterbach
A grande maioria das pessoas não tem o costume de ler aqui no Brasil!
A grande maioria das pessoas não tem o costume de ler aqui no Brasil!
Talvez gente mais velha, que trouxe esse hábito da adolescência, ou livros de auto-ajuda, ou algum livro que se torna "moda" ou um "viral" espalhado boca-a-boca, ou até jovens, agora em tempos de tablets. Mas mesmo assim, não somos um país reconhecido pelo gosto pela leitura.
Então, vou falar de um cara, que a maioria das pessoas nesse país jamais ouviu falar, ou leu qualquer coisa dele, mas tenho vários amigos que adoram pescar, por isso resolvi falar sobre ele. E quem sabe alguém se anima e descola alguma coisa dele para ler!
ERNEST HEMINGWAY, escritor americano, nasceu em Oak Park, Illinois, USA, em 21/07/1899 e morreu em Ketchum, Idaho, USA, em 02/07/1961.
Foi um dos maiores escritores americanos de todos os tempos, escreveu vários livros de sucesso, e muitos deles acabaram virando filmes.
Seu livro mais famoso, considerado sua obra-prima, foi escrito em 1952, "The Old Man and The Sea" - O Velho e o Mar. Por causa dele, Ernest ganhou um Prêmio PULITZER em 1953 e o "Prêmio Nobel de Literatura", em 1954.
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HEMINGWAY |
Hemingway sempre foi fascinado pela aventura, o perigo e pela vida selvagem.
Jornalista na juventude, seus livros trazem uma forma de escrita direta, concisa, sintética e refletem suas experiências pessoais.
Era apaixonado por (talvez não nessa ordem) boxe, pesca e caça submarina, safáris e caça em geral, touradas, bebidas e mulheres.
Quer dizer que a gente teria muito pouco em comum, não fossem seus livros maravilhosos! Sou contra caçar, picotar, furar, despelar, sacrificar ou fazer quadro, casaco e tapete de qualquer animal por diversão! Mulher, bebida e boxe.....OK!!
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Servindo na Itália - 1918 |
O desejo de “escrever o que realmente aconteceu na vida real”, sobre assuntos de relevância para a condição humana, levou Hemingway aos mais diversos lugares do planeta: Itália, durante a "Primeira Guerra Mundial"; Paris, quando a capital francesa era o centro literário e cultural do mundo; Espanha, durante a "Guerra Civil"; África; Cuba; China, durante a invasão japonesa e Inglaterra, durante a "Segunda Guerra Mundial".
Foi voluntário na "Primeira Guerra Mundial" (1914-1918) e na "Guerra Civil Espanhola", onde morou por 4 anos, correspondente e soldado irregular na "Segunda Guerra Mundial" (1939-1945).
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Ernest na Guerra Civil Espanhola |
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Ernest - 1944 |
Depois da "Segunda Guerra", se mudou para Cuba onde viveu por 22 anos e só deixou a ilha em 1960, 1 ano depois da "Revolução Socialista" de Fidel Castro, de quem se tornou amigo.
Em 1960, Hemingway doou sua propriedade em Cuba, chamada "Finca Vigia", ao governo socialista cubano de Fidel Castro. Hoje, a casa é um museu dedicado a Hemingway.
(Outra coisa que não teríamos em comum!)
Parece que existem documentos, comprovando que Ernest trabalhou como espião do FBI, em Cuba, para o governo americano, que lhe pagava US$500.00 por mês e teria reformado seu iate "Pilar", para que ele procurasse submarinos alemães nas águas do Caribe.
Se ele era bem intencionado no começo, depois parece que se enturmou e ficou só com a parte da grana (que era uma merreca), o iate reformado e a "birita" nas águas do Caribe.
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Com a galera, bebendo! |
Dizem que bebia tanto, que passou a usar whisky como loção pós barba e que pulava dentro das arenas de tourada, correndo atrás dos touros, com uma garrafa na mão.
Hemingway tornou famoso o bar, "La Bodeguita Del Medio" (207, Empedrado) em "Habana Vieja", Cuba, onde passava todas as tardes bebendo "Mojitos", em um banco no final do bar, que tem hoje até uma estátua sua nessa posição.
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Estátua de Hemingway - Cuba |
Se casou oficialmente 4 vezes e teve inúmeras amantes!! E filhos (3) desses casamentos!
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Ernest e John (Jack) |
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Patrick, Ernest e Gregory |
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Ernest e Gregory |
A estória de "O Velho e o Mar" parece ter sido inspirada em um acontecimento real, visto por Hemingway.
Ele presenciou a pesca de um enorme Marlin Azul, pego pelo casal Michael e Helen Lerner, nas Ilhas Biminis e outro que chegou ao porto comido pela metade, provavelmente por tubarões.
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Ernest e o casal Lerner |
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Ernest e o Marlin Azul comido |
No livro, "desafiado pelos pescadores mais jovens, o velho Santiago sai ao mar aberto de Havana, em Cuba, para provar aos companheiros que ainda pode fazer pescarias bem sucedidas. Com mais de 84 dias sem fisgar peixe algum, ele sente-se obrigado a provar aos outros que ainda é bom na profissão e lança-se aos perigos do mar.
Com pouca água para beber, alimenta-se de golfinhos e peixes voadores. Luta com os tubarões, o sol forte que vincara sua pele durante a vida inteira e a solidão do mar. Fingindo que conversa com alguém, fala em voz alta fatos do passado.
Espera que um peixe grande fisgue o anzol atraído pela isca que ganhara do garoto Manolín, aprendiz e companheiro de pesca, que abandonara o velho por exigência da família, obrigado a acompanhar pescadores com mais sorte.
Após passar vários dias em alto mar em seu pequeno barco a vela, ele enfim consegue capturar o maior peixe que já havia visto na vida, com mais de 5 metros de comprimento.
São dias e noites de luta, tentando vencer a força e a resistência do peixe, ficando quase cego diante do sol forte e sem o movimento de uma das mãos, já cortadas em razão da força com que segurava o peixe pela linha.
Depois de amarrá-lo no barco, ele é perseguido por vários tubarões até próximo à costa. Ele consegue livrar-se de todos, mas a todo o momento corre o risco de ser morto.
O pescador chega exausto à praia com........."
Quem não conhece a estória, tem que ler ou ver o filme para saber o final.
Mas o livro é delicioso de se ler e fala de persistência, paciência e sabedoria para passar pelas dificuldades da vida. Coisa que Hemingway não teve!
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Hemingway |
Seu pai suicidou-se em 1929 por problemas de saúde e financeiros.
Sua mãe, Grace, dona de casa, professora de canto e ópera, o atormentava com a sua personalidade dominadora.
Ela enviou-lhe pelo correio a pistola com a qual seu pai havia se matado.
O escritor, surpreso, nunca entendeu se ela insinuava que ele repetisse a atitude do pai ou queria que ele simplesmente guardasse a arma como lembrança.
Doente pelos excessos que fez na vida, deprimido por começar a perder a memória, coisa absurda para um escritor, se internou algumas vezes para tentar melhorar, chegando a fazer tratamentos com eletro-choque.
Provavelmente por não ver possibilidade de recuperação e desesperado, o homem que a vida inteira brincou com a morte, pegou sua arma de caça, colocou dentro da boca e atirou em sí mesmo, se matando.
Outro livro maravilhoso, muito famoso de Hemingway, que também virou filme é
"For Whom The Bells Tolls" - Por Quem os Sinos Dobram, de 1940.
O título escolhido por Ernest é referência ao poema "Nenhum homem é uma ilha ", de John Donne, que diz:
"Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo;
cada homem é parte do continente, parte do todo;
se um seixo for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se fosse um promontório,
assim como se fosse uma parte de seus amigos ou mesmo sua;
a morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade;
e por isso, nunca procure saber por quem os sinos dobram,
eles dobram por ti”.
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Hemingway criança, pescando no Lago Michigan - Chicago |
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DIZ AÍ, QUE A GENTE QUER TE OUVIR!?!