domingo, 6 de novembro de 2011

58 PER 58 SUPER SIC

Hoje vimos um merecido tributo a Marco Simoncelli, o Super Sic, no GP de Valência.
Uma volta na pista de seu amigo e ídolo, o campeão mundial de motovelocidade Kevin Shwantz, usando sua moto nº 58, seguido por seus colegas de trabalho, fazendo não 1 minuto de silêncio em sua homenagem, mas 58 segundos de aceleração das motos. Os segundos de caos, como dito pelo próprio Paolo Simoncelli, pai de Marco, foram um pedido seu, por achar que Marco seria realmente homenageado com este som ao invés de silêncio. Depois 58 segundos de fogos, em meio a bandeiras, faixas e camisetas com fotos, frases de adeus, números 58 e aplausos de todos no circuito. Os pilotos das 3 categorias usavam em sua homenagem, o 58 no capacete, macacão ou moto.
Os vencedores de cada uma das provas nas 3 categorias, dispensaram o tradicional estouro de champagne, encostando suas garrafas umas nas outras e apontando para o céu, oferecendo um brinde e a vitória a Marco.
Assim fizeram Maverick Viñales, ganhador das 125cc em Valência juntamente com Nico Terol, 2º na etapa e campeão da categoria em 2011.
Stefan Bradl, campeão da Moto2 e Casey Stoner, vencedor da etapa e campeão de 2011 da categoria MotoGP, subiram ao pódio com uma bandeira oferecendo a conquista do campeonato a SIC.
Tudo isto do lado de lá da minha grande tela de tv.


Do lado de cá a coisa rola assim:
Chorei junto, quando Michelle Pirro da mesma equipe de Marco, venceu a prova de sua categoria e assim que cruzou a linha de chegada, desacelerou dando uma volta na pista, tocando o número 58 de Marco em seu capacete, chorando.
Aí desabei mesmo quando filmaram Fausto Gresini, incentivador e dono da equipe de Marco, desmanchando de chorar e sendo consolado por menbros da equipe.
Pronto, sou um chorão. Ter sangue italiano correndo nas veias é assim. Acho que o vinho decanta e o organismo expulsa a água pelos olhos.
Olhos meus, que vertem lágrimas desde 23/10, ao relembrar a brutalidade da passagem de um gigante gentil ( como dizem os ingleses ao se referirem a ele) uma pessoa cheia de alegria e fibra que fará uma absurda falta à sua família e amigos.
Fará falta também à pessoas que nunca o viram pessoalmente, mas que viram nele algo que o destacava em meio a uma população mundial de 7 bilhões.
Gente diferente como ele, me faz pensar como essa vida que lavamos é no mínimo estranha.
Marco chamava a atenção.
À primeira vista por ser mais alto que todos os colegas de trabalho e nos últimos tempos, mantinha um penteado black power blond, emoldurando um largo e aproximador sorriso, que formavam uma figura singular.
Nas pistas sobre sua bike, espalhava emoção sendo veloz, agressivo, guerreiro, um moderno gladiador feroz.
Pode se pensar que a imagem juntamente com a postura, tratava-se de um achado ou ótimo trabalho da tão cultuada ciência do marketing.
Não era.
Alto era por constituição. Nas corridas usava uma bota 2 números menor que o seu, para encurtar o pé e não tocar o chão nas curvas ou ultrapassagens.
O cabelo era uma homenagem ao ídolo Jimi Hendrix ( ainda por cima tinha bom, bom não, ótimo gosto musical ).
O sorriso vinha de dentro, porque era feliz.
Nada era pré concebido por ele ou alguma equipe.
Como já disse aqui no blog, acho que seria um dos maiores em sua profissão, que entraria para a história não como uma grande promessa, que estava começando a conhecer seu equipamento, arrojado ao extremo desafiando tudo e todos, para chegar ao limite das possibilidades dentro das provas.
Eu achava que seria nome de circuito, por ser campeão 200 vezes.
SUPER SIC se destacava também por estas coisas. Mas o que realmente contava e que causava admiração, como definiu Paolo seu pai, é que ele era um puro.
Dito que achava a vida que levamos é no mínimo estranha, explico-me melhor agora. Marco chamava atenção em meio a 7 bilhões de pessoas, porque fora da batalha da competição, que é a forma com que se deve encarar esta profissão, era atencioso, afetuoso e íntegro com as pessoas.
Coisas básicas para se viver bem em sociedade. Que todos os pais deveriam ensinar a seus filhos e estes deveriam por em prática.
Prestamos então, nossa homenagem ao ciccio Marco e a seus pais. Com a certeza de que ele se foi com a mão no talo no acelerador, fazendo o que amava.
E como seus pais, Sr. Paolo e D. Rosella, sua irmã Martina e sua Kate, sempre nos lembraremos dele com orgulho, saudade e a certeza de que sua vida fez das nossas um tanto melhor.
GRAZZIE PER TUTTI MARCO.

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DIZ AÍ, QUE A GENTE QUER TE OUVIR!?!