"O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que completou 80 anos, sábado dia 18/06/2011, agora defende, que a descriminalização da posse de maconha para o consumo pessoal, pode ser uma das saídas para reduzir o dano que as drogas trazem à sociedade. A sugestão foi dada, ontem, na abertura da 3ª Reunião da Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia, no Rio de Janeiro.
A proposta está na declaração apresentada pela comissão e será levada para a próxima reunião da Organização das Nações Unidas, que será realizada em março, em Viena, na Áustria, com o objetivo de avaliar as políticas de drogas em todo o mundo.
De acordo com o relatório intitulado “Drogas e Democracia: rumo a uma mudança de paradigma”, apresentado ontem pela comissão, as políticas repressivas de combate às drogas na América Latina fracassaram. “É preciso falar com todas as letras: a guerra às drogas é fracassada”, afirma o membro da comissão e diretor executivo da organização não governamental Viva Rio, Rubem César Fernandes.
Segundo Fernandes, na última década o Brasil deixou de ser um país apenas de trânsito para se transformar em um consumidor.
De acordo com ele, ainda, a produção e o preço das drogas não diminuíram ao mesmo tempo em que aumentou a variedade delas. “O mercado de consumo funciona à revelia da repressão. Os lucros são tão altos que os traficantes conseguem absorver qualquer tipo de perda com apreensão”, afirma.
O grupo formado por 17 personalidades e liderado por Fernando Henrique Cardoso e pelos ex-presidentes César Gaviria (Colômbia) e Ernesto Zedillo (México) sugere ainda que a saída está em enfocar o consumo de drogas como um tema de saúde pública e em trabalhar na redução do uso. De acordo com o estudo, isso ajudaria a diminuir a produção e a desmantelar redes de traficantes.
Neste caminho, a nova lei anti-drogas (11.343/2006), que abrandou a punição para os usuários de drogas no Brasil, é apontada por Fernandes como um avanço. Segundo ele, entretanto, é necessário mais. “É um bom começo, mas tem de avançar mais”, diz.
A comissão argumenta que a criminalização por si não diminui a demanda, mas implica na geração de novos problemas. A entidade afirma também que o encarceramento de usuários não condiz com a realidade da América Latina, considerando a superlotação, as condições do sistema penitenciário e o fato de o continente ser o maior exportador mundial de cocaína e de maconha. A repressão pura e simples propicia a extorsão dos consumidores e a corrupção da polícia, defende a entidade."
( Gazeta do Povo - 21/06/2011)
A exemplo de Al Gore, ex-vice-presidente democrata dos Estados Unidos nos dois mandatos de Bill Clinton, FHC achou uma "causa" para defender. Gore, após ver sua vitória à presidência americana ir para o ralo, em uma eleição marcada por uma contagem polêmica de votos para George W. Bush, mergulhou no esquecimento. Voltou ativista ecológico, escritor de dois livros publicados sobre o tema, triunfante, ganhador de Nobel em 2007, documentarista (An Inconvenient Truth).
FHC parece estar trilhando esse caminho ao tentar dar alguma vida à sua aposentadoria, se posicionando sobre um assunto tão polêmico quanto complexo, como a discriminalização da maconha.
Diferente da temática escolhida por Al Gore, que acolhe grande simpatia da maioria das pessoas, a de FHC carrega controvérsia, desconfiança e até raiva, de alguns seguimentos.
O uso de drogas ainda é tratado de forma hipócrita em nossa sociedade, uma vez que a grande maioria delas são vendidas e podem ser compradas, em qualquer farmácia ao lado de nossas casas. Se a questão da proibição ao uso, passasse verdadeiramente pelo dano que causam ao usuário, à sua família e ao seu entorno, todas as outras drogas ou substâncias que encaixam nesse perfil, também seriam tratadas da mesma forma. O cigarro convencional, a bebida alcóolica, os remédios para dormir, para emagrecer, para depressão, ansiedade, déficit de atenção, TOC, síndrome do pânico e tantos outros que consumimos hoje, às vezes de forma até indiscriminada, possuem seus efeitos colaterais graves e quando associados à outras substâncias ou mal administrados, também podem causar danos aos seus usuários e ao seu entorno.
Basta tomarmos a bebida alcóolica como exemplo. A quantidade de acidentes fatais ou com seqüelas, que vemos noticiados o tempo todo envolvendo motoristas alcoolizados, é bem maior que qualquer notícia semelhante que apareça, narrando um usuário de maconha. Mas, a bebida é vendida livremente em nosso país, com restrições bem menores que em vários países do mundo.
Sem contar que desde a época da escravidão, onde ao escravo era permitido beber, para ficar calmo e não causar problemas, o povo relaxado, alegre e alcoolizado, satisfaz aos interesses políticos de qualquer governo que não queira sua população questionando suas condições ruins de vida. "Samba, suor e cerveja."
Basta tomarmos a bebida alcóolica como exemplo. A quantidade de acidentes fatais ou com seqüelas, que vemos noticiados o tempo todo envolvendo motoristas alcoolizados, é bem maior que qualquer notícia semelhante que apareça, narrando um usuário de maconha. Mas, a bebida é vendida livremente em nosso país, com restrições bem menores que em vários países do mundo.
Sem contar que desde a época da escravidão, onde ao escravo era permitido beber, para ficar calmo e não causar problemas, o povo relaxado, alegre e alcoolizado, satisfaz aos interesses políticos de qualquer governo que não queira sua população questionando suas condições ruins de vida. "Samba, suor e cerveja."
Nos Estados Unidos, nos anos 60, a heroína e o crack foram introduzidos entre a população jovem negra, ligada à luta pelos direitos civis e não-violência. Estima-se que 30% dos soldados norte-americanos que combateram no Vietnã, onde as drogas eram baratas, acessíveis nas ruas de Saigon e liberadas para consumo pelo exército, formaram na sua volta para casa, o embrião do maior mercado consumidor de entorpecentes do mundo inteiro.
FHC, quando presidente, não se mobilizou para tratar dessas questões. Agora, para tentar criar um legado, uma "causa" mundial de visibilidade, uma temática à ser discutida que lhe coloque novamente nos holofotes nacionais e internacionais, resolve trilhar um caminho tortuoso, onde a verdade nunca é ou será dita.
Os impostos astronômicos que o governo fatura na venda de cigarros, álcool e medicamentos, o torna sócio majoritário dessas empresas produtoras e fornecedoras, o que dificulta uma abordagem mais correta sobre esses assuntos. Enquanto isso, as pessoas que sofrem com seus vícios e dependências, continuam sem informação neutra e isenta de preconceitos, para ajudá-las em suas tomadas de decisão sobre os rumos de seus problemas. Ou entendimento e apoio para tratamento, quando doentes.
Todas as drogas são iguais, não interessa se prescritas por seu médico ou compradas na esquina com finalidade recreativa e devem ser todas tratadas com seriedade, à medida que seu consumo equivocado e descontrolado trás consequências ruins a toda sociedade.
Se descriminalizar for falar abertamente sobre elas, ok. Se for apenas criar mais leis, que jamais terão sentido prático ou serão determinantes na realidade da questão, seria melhor FHC passar a defender os "plantadores de comida orgânica", por exemplo. Eles também, contam com a simpatia da maioria da população mundial!
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DIZ AÍ, QUE A GENTE QUER TE OUVIR!?!