KEFFIEH (se pronuncia KAFÍA) também é conhecido como "lenço palestino".
Desde 2008 o mundo ocidental e muitas celebridades incluíram esse lenço em seus guarda-roupas. Mas, para muitos árabes, o fato de ocidentais usarem o keffieh pode significar falta de respeito ou má sorte. Isso porque o lenço xadrez – que pode ser preto e branco (beduínos), azul e branco (israelenses), vermelho e branco (Jordânia, Arábia Saudita), totalmente branco (homens das cidades) – é um símbolo cultural e político e não deve ser banalizado.
Por tradição, é um adereço do homem árabe e, desde os anos 60, representa o nacionalismo palestino (Movimento pela Libertação da Palestina - FATAH), especialmente depois de ter sido a marca registrada de seu ex-líder Yasser Arafat, morto em 2004.
Má sorte ou não, o fato é que o lenço palestino legítimo está com os dias contados. Há apenas uma tecelagem confeccionando o produto em todo o território ocupado. Dos 15 teares importados do Japão no início dos anos 60, somente quatro estão em atividade. A pequena fábrica, com um punhado de funcionários, é dirigida por um velho homem em Hebron, na Cisjordânia. Nos tempos áureos, quando os guerrilheiros da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) ganharam espaço na cena política, ela vendia 150 mil por ano. Hoje, não passam de 15 mil. O proprietário da loja explica: a culpa é da concorrência chinesa.
O "lenço palestino" é usado pelos ocidentais por diferentes motivos. Há desde quem simpatize com a causa até quem prefira ignorar a bagagem histórica e usá-lo como adereço fashion. No meio do caminho está quem comprou a idéia de usá-los como símbolo anti-guerra. Na Europa, nos anos 80, principalmente em países como Itália, Espanha e França, era ítem básico de universitários e intelectuais de esquerda, por sua relevância política. Também foi adotado por diversas tribos urbanas, como neo-punks e skatistas. E como na moda vale tudo, no Ocidente, até mesmo as mulheres conquistaram o direito de usar a peça que, no mundo árabe, é exclusivamente masculina.
Roupas passam uma mensagem, decifram alguns códigos e se comunicam, valendo-se de uma linguagem não verbal. O uso desse tipo de lenço, dependendo do país, pode provocar tanto admiração quanto raiva, em função da visão política de cada um. Por isso, alguns acham que só deveriam ser usados com consciência de seu significado e por quem apóia a causa que ele representa.
No Brasil, onde as pessoas não tem a menor informação dessas conotações políticas e nem dão importância para isso, são usados indiscriminadamente em diversas cores. São encontrados em lojas de roupas importadas, comércios dirigidos à comunidade árabe e indiana, lojas de departamento e até, camelôs.
HISTÓRIA DO KEFFIEH
O lenço, geralmente feito de algodão, começou a ser usado há séculos pelos beduínos, povo nômade dos desertos do Oriente Médio e Norte da África, como peça de identificação tribal. Ele protegia a cabeça do sol e a boca do pó e areia. Com o tempo, chegou às cidades e, hoje, é um tradicional adereço dos homens árabes de regiões como Kuwait, Jordânia e Cisjordânia. Nos anos 60, virou símbolo do nacionalismo palestino por causa de Yasser Arafat, raramente visto sem o seu preto e branco, preso à cabeça com um pedaço de corda.
YASSER ARAFAT |
YASSER ARAFAT |
YASSER ARAFAT |
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DIZ AÍ, QUE A GENTE QUER TE OUVIR!?!