Suíço fundador do Barça e o anúncio que publicou no
jornal para conseguir reunir candidatos à jogadores.
O FC Barcelona foi fundado em 22/10/1899 por um suíço, Hans Gumper, através de um anúncio de jornal.
Em 1909 adquiriu seu primeiro estádio, para 8.000 pessoas. A arquitetura do estádio rendeu o apelido culé ao time e aos torcedores, palavra derivada da expressão cul, palavrão catalão para ânus. A razão foi o fato de que quem passava pelo estádio em dias de jogo, só conseguia ver a "traseira" dos torcedores sentados nas arquibancadas.
Em 1925, um fato político teve importância pela primeira vez no clube. Em reação à ditadura de Primo de Rivera (ditador de 1923 à 1930), a torcida no estádio vaiou o hino da Espanha. Como represália o clube foi fechado por 6 meses, Gumper forçado a renunciar à presidência e sair da Espanha. Foi mais tarde autorizado à voltar, mas proibido de ter qualquer ligação com o clube que fundou, doente e deprimido, suicidou-se em 1930.
Nas primeiras semanas da Guerra Civil Espanhola (1936), o então presidente do clube, Josep Sanyol, foi fuzilado sumariamente pelos nacionalistas de direita do General Franco (ditador de 1939 à 1975), o que se tornou o marco inicial da perseguição que o time sofreria pela ditadura franquista, tendo suas instalações e escritórios ocupados pelos fascistas da cidade.
Vitorioso, Franco proibiu o uso da língua catalã e de sua bandeira, obrigando a troca do nome e do escudo do time, a extinção do Campeonato Catalão, sendo que nesse período, o presidente do time passou a ser indicado pelo governo espanhol.
Vitorioso, Franco proibiu o uso da língua catalã e de sua bandeira, obrigando a troca do nome e do escudo do time, a extinção do Campeonato Catalão, sendo que nesse período, o presidente do time passou a ser indicado pelo governo espanhol.
Durante a era franquista, um dos poucos lugares em que se podia falar catalão era o estádio do Barça. Daí viria a associação cada vez maior do orgulho e resistência catalão com o time, e a identificação de seu maior rival como aliado do regime ditatorial de Franco.
Em 1951, período mais opressor da ditadura, a multidão deixou a pé o estádio após uma vitória, sob chuva, recusando-se a usar os "elétricos", em apoio a uma greve contra o governo, o que fez com que o Barcelona passasse a representar não só a Catalunha, mas também a indignação espanhola, e muitos progressistas viram o clube como um grande defensor dos direitos civis, humanos e da liberdade.
Em um jogo de volta da semi-final da Taça do Generalíssimo (na ida o Real perdeu por 3x1), a maior goleada dos jogos entre os dois times seria fruto de intimidação local. O trio de arbitragem foi escalado para favorecer ao Real e policiais invadiram o vestiário do Barça, ameaçando os jogadores caso eles saíssem da partida classificados. O Barça perdeu por 11x1.
O orgulho catalão ficou ferido, mas seria nos anos 50 que Franco daria o golpe mais violento no barcelonismo, ao ter papel decisivo no processo que desviou Di Stéfano (jogador de sonho do Barça) para o Real Madrid, o que marca o início da grande rivalidade entre os dois times.
A ditadura franquista enfraqueceu com o envelhecimento do General, que faleceria ainda no poder, em 1975. Desde 1974, o clube voltou para seu nome e escudo catalão, que se mantém até hoje.
Por muito tempo, o clube orgulhou-se de ser o único grande no mundo a não utilizar logotipos de seus patrocinadores em suas camisas (o que mudará à partir de 2012). Em 2006, passou a pagar ao invés de receber, para estampar o emblema da UNICEF.
Por dados como esses, falar do Barcelona é falar de muito mais que futebol. É falar da história da Catalunha e da Espanha no século XX. O Barça representa a nação catalã, suas tragédias e suas vitórias. Por isso, é descrito pelos catalães como "Mais que um clube". Vai além do puramente esportivo. Para eles é o sentimento de raízes, valores e identidade.
Cruz de São Jorge - Padroeiro da Catalunã
Bandeira Nacional da Catalunã
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DIZ AÍ, QUE A GENTE QUER TE OUVIR!?!